Shell desiste de planta bilionária de GTL nos EUA.
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A Shell comunicou ao mercado que abandonou os planos de construir a planta para conversão de gás em líquido (GTL), em Louisiana, nos Estados Unidos, devido ao aumento extraordinário dos custos do projeto, às incertezas quanto aos diferenciais de preços entre óleo e gás e a uma disciplina rigorosa com relação a investimentos.

A última estimativa de custo total da Shell para a planta projetada para produzir 140 mil barris por dia chegou ao valor de US$20 bilhões, um enorme salto da projeção de US$12,5 bilhões feita pela empresa em setembro, quando selecionou o local do projeto ao sul de Baton Rouge.

A Shell não entrou em detalhes sobre os motivos de um aumento de 60% sobre os custos, em apenas três meses, porém, um grande número de projetos de infraestrutura em energia, em curso na costa do Golfo, incluindo dutos, plantas petroquímicas e expansão de portos, viram seus custos de mão de obra e matérias-primas subirem muito na região.

A companhia ressaltou entretanto, que a incerteza sobre os preços de energia no futuro foi um fator muito importante na decisão.

A conversão de gás em líquidos, para produzir derivados como o óleo diesel, por exemplo, necessita de baixos preços para o Gás Natural. Isso se deve ao fato de que o produto final irá competir com os derivados tradicionais produzidos pelos refinadores que utilizam o petróleo. Há uma preocupação quanto ao futuro, uma vez que o governo federal americano aprovou a construção de vários terminais para exportação, o que poderá causar um aumento do preço do gás. Ao mesmo tempo, as empresas de petróleo estão produzindo cada vez mais, fazendo com que vários analistas do mercado façam previsão de queda do preço do óleo.

A Shell construiu e opera uma planta de GTL similar no Oriente Médio, que tem sido considerada um sucesso econômico. O projeto está localizado no Qatar, custou US$19 bilhões e utiliza as enormes reservas de Gás Natural do país, garantindo preços extremamente baixos. Sem a mesma certeza nos Estados Unidos, o CEO da Shell, Peter Voser, disse a empresa está sendo obrigada a fazer escolhas difíceis nos EUA, focando seus esforços e capital em oportunidades mais atrativas em seu portifólio internacional, para adicionar mais valor para seus acionistas.

A planta de Louisiana estava competindo com outros projetos da Shell, como as instalações petroquímicas na Pensilvania e o projeto de liquefação e exportação de gás no Canadá. O CFO da empresa, Simon Henry, comentou que a companhia não poderia arcar com os três projetos ao mesmo tempo.

Fonte: The Wall Street Journal, em 5 de dezembro de 2013