Remessa de lucro das montadoras cresce 86% no semestre.
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Após substancial queda em 2012, as remessas de lucros das montadoras do Brasil para suas matrizes no exterior voltaram a crescer no primeiro semestre de 2013. O avanço foi de 86% na comparação semestre contra semestre, chegando a US$ 1,57 bilhão, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Com esse valor, os fabricantes de veículos ocupam no período a segunda colocação entre os setores econômicos no país que mais pagaram dividendos às empresas controladoras estrangeiras.

O primeiro lugar em remessa de lucros ao exterior ficou com o setor de bebidas, mas por pouco, com uma diferença de US$ 203 milhões.

De acordo com os dados registrados pelo BC, em 2011 o setor automotivo foi o campeão em envio de lucros às matrizes, totalizando US$ 5,6 bilhões. A cifra caiu para menos da metade em 2012, somando US$ 2,44 bilhões, mas ainda assim as montadoras ficaram em segundo lugar entre os setores que mais remeteram dividendos ao exterior no ano passado.

A variação da taxa de câmbio teve forte influência para baixar as remessas. Como a cotação do dólar saltou de algo como R$ 1,80 para R$ 2,00 no fim de 2012 e agora já encosta nos R$ 2,30, ficou mais caro para as empresas instaladas no Brasil pagar lucros às matrizes, pois o faturamento local em reais vale menos na hora da conversão para dólares. Mesmo nesse momento desfavorável, o envio de dinheiro ao exterior está aumentando. Esse movimento comprova a boa rentabilidade dos negócios brasileiros, além da necessidade das matrizes em receber cada vez mais de suas subsidiárias para compensar perdas nos mercados desenvolvidos, especialmente na Europa.

O aumento das remessas de lucros é mais acelerado do que a evolução dos investimentos diretos no Brasil. Segundo dados do BC, de janeiro a junho as montadoras remeteram US$ 830 milhões para investimentos das subsidiárias brasileiras, valor 39,5% maior do que os US$ 595 milhões do primeiro semestre de 2012. No ano passado inteiro, o setor recebeu de fora o total de US$ 1,25 bilhão.

Em termos de investimento estrangeiro direto, o setor automotivo no Brasil recebeu no primeiro semestre apenas 3,8% do total, ficando na oitava posição (o primeiro lugar foi do setor de petróleo e gás).

O volume de investimentos que vem das matrizes até agora está bastante abaixo do montante projetado pela Anfavea, a associação dos fabricantes. Em seu mais recente levantamento, a entidade calcula que as montadoras instaladas no País vão investir US$ 60 bilhões no período 2013-2017. Boa parte disso não deverá vir de fora, mas daqui mesmo, provavelmente de financiamentos do BNDES.

Fonte: Automotive Business