Produção industrial tem maior queda para dezembro desde 2010.
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o setor
industrial registrou, em dezembro último, a maior queda de produção
mensal desde 2010. Os números indicam que o índice caiu para 40,2 pontos. O
indicador varia de zero a 100 e, quando fica abaixo de 50, evidencia queda no nível
de atividade e no número de empregados.
“É o menor da série história que começou em 2010. É comum essa queda em dezembro,
mas dessa vez foi mais intensa”, disse Marcelo Azevedo, economista da CNI. O maior
problema foi registrado nas grandes empresas, em que o índice chegou a 38,3 pontos. A
CNI informou ainda que estas companhias foram as que mais demitiram. O índice de
evolução do número de empregados caiu para 46,4 pontos no mês passado, acima dos
45,9 pontos registrados nas grandes indústrias.
A CNI indica também que, com produção menor, houve recuo da capacidade instalada
em relação ao usual. O indicador caiu para 41,7 pontos em dezembro. Como ficou
abaixo de 50 pontos, mostra que esteve abaixo do usual para o mês. Além disso,
conforme critérios da CNI, quanto mais distante do referencial de 50 pontos, maior o
desaquecimento da economia.
A média de utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria recuou 4 pontos
percentuais entre novembro e dezembro, para 70%. Nas grandes empresas, porém, a
queda alcançou 5 pontos percentuais. A variação é maior do que os 2 pontos percentuais
das pequenas empresas e dos 4 pontos percentuais das médias empresas.
“A boa notícia é que os estoques continuam ajustados em níveis aceitáveis. Em
dezembro, logicamente, tivemos uma queda, mas a variação era esperada porque a
indústria se prepara para atender a demanda do período”, disse Azevedo.
A CNI continua a reclamar do alto custo de insumos e matérias-primas, mas também
enfatiza o peso da alta carga tributária. Esses fatores teriam influenciado a queda da
produção industrial, na análise da entidade. “Isso é um sinal de alerta, porque as grandes
indústrias compram das médias e pequenas. Essa retração pode criar um efeito,
repassando para as demais empresas esse mau desempenho, o que vai dificultar,
certamente, a recuperação do setor no primeiro trimestre”, avalia Renato Fonseca,
gerente executivo de pesquisa e competitividade da CNI.
Segundo ele, desde 2000, a principal reclamação da indústria é a elevada tributação,
mas agora existe ainda a questão da matéria-prima também. Renato Fonseca destaca que
o setor tem problemas de demanda e de competição com produtos importados. “O
principal problema da indústria continua sendo o de custos. Isso vem gerando um
problema na lucratividade e de investimento, principalmente”, enfatizou.
Fonte: Agência Brasil