Presidente da Anfavea defende potencial de crescimento.
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Enquanto alguns executivos do setor mostram preocupação com a atual retração das vendas e da produção brasileira de veículos, Luiz Moan, presidente da Anfavea, a associação que representa os fabricantes do setor, defende que a situação difícil é passageira. “Temos todas as razões para acreditar que este é um momento pontual”, declarou o executivo na abertura do Congresso Fenabrave, na quarta-feira, 12.

O executivo aponta que, se a tendência fosse de o mercado se manter nesse nível, a indústria não teria investimentos de mais de R$ 75 bilhões anunciados entre 2012 e 2016 para o Brasil. O montante é calculado pela Anfavea com base nos programas definidos pelas fabricantes já instaladas e entrantes do mercado nacional. “Ninguém investe tanto sem a certeza de que o mercado é promissor”, assegura.

Moan lembra que o índice de motorização do País ainda é baixo e que, para se equiparar à proporção de habitante por veículo de nações mais motorizadas o mercado nacional precisaria de 30 milhões de carros adicionais. O expressivo volume equivale a cerca de 10 anos de vendas nos patamares atuais. O executivo acredita que o setor e o governo precisam trabalhar em políticas de médio e longo prazos para que os negócios voltem a crescer.

Ele também defendeu que o setor não pode se isentar da questão da mobilidade. “Ou ajudamos o País a enfrentar o problema ou teremos os nossos produtos vistos como inimigos para parte da população.” Moan enfatiza que não conhece nenhum mercado que diminuiu por causa do crescimento do transporte público.

O presidente da Anfavea avalia que a diminuição das vendas no Brasil tem outro componente além da retração do crédito. Para ele, o que hoje é visto como crise na economia é, na verdade, uma crise de confiança. "Houve preocupação exagerada com os efeitos da Copa do Mundo, um certo terrorismo que não se concretizou." O executivo acredita que a sensação de incerteza causou um efeito dominó que acabou por efetivamente prejudicar os negócios.

Fonte: Automotive Business