País não deverá bater meta de coleta de óleo usado.
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A meta de coleta de Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado (OLUC), estipulada
por portaria interministerial, não deverá ser alcançada em 2013. Números iniciais
mostram um déficit de mais de 10 milhões de litros, quase todo concentrado na
região Sudeste. Especialistas afirmam que desvios no direcionamento ao rerrefino é
a causa principal do problema, e produtores podem ser penalizados.
Em workshop promovido pelo Simepetro, no dia 27 de janeiro, em São Paulo, com a
presença da ANP, foram apresentados números iniciais do fechamento do ano de 2013,
relacionados à coleta de óleos lubrificantes usados ou contaminados (OLUCs), e
mostrada a impossibilidade de o país atingir a meta estipulada para o ano. O déficit
ultrapassará certamente o volume de 10 milhões de litros, sendo que cerca de 96% dessa
diferença estão concentrados na região Sudeste, ficando o Centro-Oeste com o restante.
Há um consenso entre diversas fontes do setor, de que não existe uma fiscalização
eficiente por parte do IBAMA, o que é fundamental, por tratar-se de um problema que
envolve uma resolução do CONAMA e metas dos Ministérios de Minas e Energia e Meio
Ambiente.
Segundo o especialista em regulação, Eduardo Carmo, a ANP não pode regular produtos
que são rotulados como “resíduos” e não como OLUCs, e se isso for praticado pelo
consumidor ou coletor dificulta a fiscalização. Também, o fato de as metas não serem
atingidas poderá trazer problemas aos produtores. “Se o produtor pagou pela coleta e o
coletor não atingiu a meta, o produtor continua sendo responsável, portanto, é muito
importante que ele exija do coletor o certificado de envio ao rerrefino, caso contrário,
poderá ser penalizado”, comentou o especialista.
O Secretário Executivo do Sindirrefino, Dr. Walter Françolin, lembrou que o desvio de
coleta para fins ilegais é um grande desafio na região Sudeste, causando um desequilíbrio
em todo o sistema de engenharia reversa dos lubrificantes, podendo ocasionar uma
pressão nos custos da coleta legal. “A situação se agrava, com os baixos preços dos óleos
básicos no mercado, em contrapartida com os altos preços do óleo combustível,
favorecendo quem faz o desvio ilegal para queima, contaminando o ambiente”, ressaltou
Françolin.
Especialistas e técnicos do setor de lubrificantes acreditam que a situação poderá se
agravar em 2014, devido a uma possível redução do número de coletores autorizados pela
ANP, uma vez que alguns poderão perder o registro em breve. Alguns produtores têm
reclamado que não estão conseguindo contratar coletores com facilidade.
O ciclo virtuoso do sistema de reciclagem dos óleos lubrificantes, passa pelo fornecedor
de básicos, produtor de óleo acabado, coletor e rerrefinador (também produtor de básico),
e tem sido um exemplo, durante anos, de organização e estrutura, com responsabilidades
bem definidas. Entretanto, esse sistema vem sofrendo ataques e distorções por desvios e
falta de fiscalização que colocam em risco as relações entre todos os elos da cadeia, e
possíveis punições até mesmo a quem procura trabalhar corretamente.
O alerta foi dado! Provavelmente, a conta final recairá sobre o consumidor e o Meio
Ambiente.