Indústria da China utiliza óleo de cozinha como lubrificante.
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A preocupação com a segurança dos alimentos é crescente entre a população chinesa,
porém já foi divulgado pela imprensa recentemente que há uma tendência da indústria de
processamento de alimentos, principalmente os congelados, em utilizar óleo de cozinha em
suas máquinas no lugar de lubrificantes. Um artigo de um jornal chinês informa que os
produtores consideram esse procedimento mais seguro e livre de poluição.
“Nos Estados Unidos, o consumo anual de lubrificantes de grau alimentício (food-grade)
está em cerca de 700 mil toneladas, enquanto na China, não chega a 170 mil toneladas”,
disse o gerente geral da Tianjin Kaiwei e Yongu United Chemical, Wang Biao. “Acredito
que, diante do número enorme de produtores de alimentos na China, é muito possível que
estejam utilizando qualquer material que seja conveniente para eles, inclusive óleo de
cozinha”.
Os lubrificantes de grau alimentício são graxas e fluidos atóxicos, sem sabor e sem cheiro
projetados para não causar riscos à saúde ou estragar produtos, em caso de contato
incidental com alimentos ou bebidas. Já o óleo de cozinha é atóxico e também possui
alguma propriedade lubrificante, entretanto, deterioram-se a altas temperaturas, comuns
nos processos de produção de alimentos, e podem ser contaminados por bactérias, o que
traz problemas de segurança.
De acordo com Wang Biao, produtor de óleos brancos para indústria alimentícia e de
cosméticos, na China, somente as grandes empresas do setor prestam atenção a
“detalhes” como lubrificantes, porém nem todas. “Ainda existem empresas de grande
porte que utilizam lubrificantes industriais com potencial carcinogênico em seus
equipamentos, e não podemos ser otimistas quanto aos pequenos produtores. Afinal, o
custo é uma grande preocupação entre os produtores de alimentos”, comentou Biao.
As leis adotadas na China em 2009 para segurança dos alimentos requer para os
fabricantes que desejam ser certificados, o uso de boas práticas de produção. Entretanto,
diferente da indústria farmacêutica, essa certificação não é obrigatória para a indústria de
alimentos.
Wang Biao também comenta que existem muitas outras coisas que estão atraindo mais a
atenção da indústria, como ingredientes, aditivos e materiais de embalagens e com
certeza os lubrificantes de grau alimentício não está entre elas.
Outras empresas concordam com Wang, porém ainda um pouco mais otimistas sobre o
futuro. Um portavoz da Fuchs Petrolub disse que acredita que a China continuará a tratar
o assunto com muita seriedade e com o tempo mais empresas chinesas se conscientizarão
da importância do uso de lubrificantes de grau alimentício e começarão a usá-lo, mas com
certeza levará um tempo para isso. “No atual estágio, não esperamos um aumento
significativo das vendas na China, mas no futuro esse negócio deverá crescer mais”.
Fonte: Lube Report