Fórum discute pontos críticos do mercado de combustíveis.
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Realizado no dia 10 de maio, no Rio de Janeiro, o 9⁰ Fórum de Debates sobre
Qualidade e Uso de Combustíveis, organizado pelo IBP, discutiu temas
desafiadores e de grande relevância para o mercado brasileiro, como a
comercialização de automóveis a diesel, investimentos em infraestrutura e o futuro
do biodiesel entre outros. A questão da exigência de base de armanzenagem e
distribuição própria para o ingresso e operação de distribuidores de combustíveis
também foi tema de grande repercussão e preocupação.
O crescimento da demanda por combustíveis, principalmente a gasolina, para os
próximos anos no Brasil é inevitável, de acordo com os depoimentos apresentados no
fórum. A indústria automobilística quer crescer e as importações devem continuar, pois
a produção local não é suficiente, e os novos projetos de refinarias não contemplam a
produção de gasolina. Além disso, os problemas relativos à logística tornam-se
extremamente importantes neste contexto.
De acordo com o gerente de Abastecimento e Petroquímica do IBP, Ernani Filgueiras, o
investimento em infraestrutura já é urgente para o país, e o Instituto tem se preocupado
com isso, tendo realizado extenso trabalho sobre modais de transporte, já apresentado a
várias autoridades. “Temos um gargalo importante no setor de transporte, uma vez que
visualizamos dificuldades nos portos, as ferrovias não funcionam bem, os dutos estão
no limite de suas capacidades, as hidrovias praticamente não existem e os caminhões
estão sobrecarregados. Se não houver investimento, e considerando o aumento da
demanda, o governo terá que tomar medidas que podem levar a frear o crescimento”,
resumiu Ernani.
A liberação da produção de automóveis movidos a diesel foi tema polêmico, que
suscitou divergências de opiniões, uma vez que a indústria pleiteia liberdade para
produzir veículos que são mais econômicos, e a visão do governo amplia a questão para
o abastecimento geral do país, que não produz todo o diesel que precisa, e um aumento
de demanda pode impactar os transportes de alimentos e gêneros de primeira
necessidade para o país.
Também foi colocada a preocupação dos distribuidores de combustíveis com a minuta
de Resolução apresentada pela ANP, que está em consulta pública até 24 de maio, e que
exige uma capacidade de armazenagem mínima de 750 m3, manutenção de estoques
mínimos de segurança, comprovação de capital social e capacidade logística para suprir
o mercado consumidor. A audiência pública sobre o assunto será realizada no dia 28 de
maio, às 9h30.