Exportar é essencial para saúde do setor automobilístico.
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O presidente da Anfavea, Luiz Moan, participando do V Fórum da Indústria Automobilística, realizado por Automotive Business no último dia 28, em São Paulo, reiterou a importância das exportações para a saúde da indústria automotiva brasileira.

Para ele há a necessidade de ocorrerem ganhos em produtividade e competitividade.

"Hoje temos produtos melhores e somos o quarto mercado mundial; porém, há muitos desafios no sentido de reduzir custos, ampliar as exportações e, com isso, dar vazão à capacidade produtiva da indústria brasileira.” A Anfavea estima que entre 2017 e 2018 o setor automotivo brasileiro alcance a capacidade produtiva de 6 milhões de veículos ao ano. Ampliar as exportações, portanto, ajudaria a evitar excedentes produtivos, já que o consumo interno não deve chegar nesse patamar ao mesmo tempo.

No primeiro trimestre, as exportações brasileiras caíram 32%. Esse cenário tem como grande “vilã” a Argentina, o principal parceiro comercial do Brasil no setor automotivo, responsável por patamar entre 75% e 80% das vendas externas de veículos brasileiros.

Moan salientou que há conversas em Brasília para tentar retomar o comércio entre os dois países, abalado pela crise na balança de pagamentos do país vizinho. “Uma ideia seria criar uma linha de financiamento entre os dois governos. Sabemos que a falta de divisas é o principal problema argentino no momento, então uma medida nesse sentido ajudaria.

Prevemos que na metade deste ano a situação volte a se equilibrar.”

Moan viajou na segunda-feira, 28, a Brasília, onde discutirá medidas para contornar a queda 2,1% nas vendas no primeiro trimestre do ano. Entre as questões debatidas está a ampliação do crédito ao consumidor, com a possível criação de um fundo garantidor, para dar mais segurança aos bancos e assim reduzir as restrições na concessão de crédito, um dos fatores que vem empurrando as vendas para baixo. “Não queremos, necessariamente, que se amplie o prazo para compras financiadas. A ideia é debater a oferta de crédito em si e medidas que facilitem, por exemplo, a retomada do bem em caso de inadimplência podem ajudar.”

Moan também afirmou que o Inovar-Auto, conjunto de regras que pautam a produção, importação e cadeia produtiva da indústria automotiva brasileira, vem rendendo frutos. “O setor de autopeças já teve melhoria de 7% no faturamento. Já em 2015 devemos ver os primeiros efeitos em termos de qualidade nos automóveis feitos e vendidos aqui.”

Ele também destacou outro ponto do programa que considera positivo. "O Brasil é o quarto mercado automotivo mundial e, ao criarmos essas regras, deixamos claro que quem quiser usufruir dessa nossa condição também precisará contribuir, não apenas produzindo aqui, mas também trazendo tecnologia e melhorando a cadeia produtiva como um todo.”

Perguntado sobre a existência de conversas com o governo para a criação de medidas de incentivo para carros elétricos e híbridos, o presidente da Anfavea salientou que a questão ainda demanda estudos. “Antes de criarmos incentivos para veículos do tipo, temos de definir qual é a matriz energética ideal para o Brasil. Só assim podemos criar programas sustentáveis.”

Fonte: Rodrigo Lara em Automotive Business