China: nova fronteira para a exploração do Gás de Xisto.
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Em dezembro, o Weir Group promoveu sua primeira festa de Natal para contatos da empresa no setor de petróleo e gás na China. Os convidados, no entanto, fizeram parte do que pode ter sido um fenômeno monumental: o nascimento da indústria de gás de xisto na China.

O Weir Group tem sede na Escócia, mas comanda suas operações de petróleo e gás a partir do Texas, ponta de lança da onda de expansão do xisto. É uma das maiores fabricantes mundiais das bombas de injeção usadas no fraturamento hidráulico - que jogam água, areia e produtos químicos nos poços a alta pressão, para abrir o xisto e outras rochas em que o petróleo e o gás são difíceis de extrair.

Em meio aos esforços para destravar o acesso a seu petróleo e gás de xisto, a China tem potencial para tornar-se um mercado imenso para empresas ocidentais, como a Weir. "Vai levar um longo tempo até a China atingir o nível dos EUA", diz Keith Cochrane, CEO da empresa. "Não há dúvida, no entanto, de que eles levam a sério."

Os responsáveis por planejamento na China olham com inveja para a revolução do xisto nos EUA, que reduziu os custos das fontes de energia e encolheu as importações. Por seu lado, os EUA veem os esforços da China em criar sua própria revolução do xisto como uma oportunidade de ouro para empresas americanas. Se a China puder desencadear sua própria revolução, o custo da energia para sua indústria cairia e sua própria indústria de petróleo e gás poderia emergir como uma mundial. Ainda assim, o governo Barack Obama avalia que os possíveis benefícios para as empresas americanas superariam em grande medida qualquer possível dano.

Várias petrolíferas internacionais, como as americanas ExxonMobil, Chevron e ConocoPhillips e as europeias Shell, Total e Eni, assinaram acordos para explorar os recursos de xisto na China.

As empresas que oferecem serviços para a produção de petróleo e gás, desde perfurações e fracionamento hidráulico até a gestão do uso da água, podem ter prêmios ainda maiores. Schlumberger, Halliburton, Baker Hughes e Weatherford, as maiores companhias privadas mundiais de serviços petrolíferos, vêm incrementando sua presença na China.

Mas, apesar de todo o entusiasmo, o futuro do xisto na China continua nebuloso. O progresso até agora vem se mostrando decepcionante e a produção de petróleo e gás de xisto no país enfrenta muitos obstáculos. Em última medida, seu desenvolvimento será um teste não apenas para a geologia do país e a criatividade de seus engenheiros, mas também para seu inteiro modelo econômico.

O potencial da China, certamente, é vasto. Estima-se que o possui os maiores recursos de gás de xisto do mundo, tendo 68% de gás tecnicamente recuperável a mais do que os EUA, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). Os avanços, contudo, são lentos. O governo chinês ainda se apega a suas metas oficiais de produção, de 6,5 bilhões de m3 de gás de xisto, em 2015, e de 60 bilhões a 100 bilhões de m3 em 2020. Pelo atual ritmo de produção, é improvável que essas previsões se materializem.

Fonte: Valor Econômico