Caminhões aderem ao gás natural e impulsionam mercado nos Estados Unidos.
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O boom na produção doméstica de gás natural transformou o setor energético
americano, substituindo o carvão mineral na geração termoelétrica, trazendo
eletricidade mais barata aos consumidores daquele país. Pela mesma razão, a
indústria do transporte rodoviário está caminhando para substituir a utilização de
derivados de petróleo pelo gás natural veicular, mais barato e menos poluente.
Em abril, a Cummins, líder na fabricação de motores, começou a produzir modelos que
utilizam o gás como combustível, que na forma liquefeita possibilita viagens longas. Já
está pronta uma rede de abastecimento com dezenas de postos em paradas de
caminhões. Grandes clientes como a Procter & Gamble, atentas ao preço do
combustível e às credenciais verdes, passaram a contratar empresas com frotas de
caminhões movidos a gás natural liquefeito (GNL).
Um dos recentes sinais do impulso do uso do gás nos transporte pesado nos EUA foi
dado pela United Parcel Service (UPS), maior empresa de logística do país, que
anunciou que vai aumentar sua frota de caminhões-baú movidos a GNL, passando dos
112 atuais para 800 até o fim de 2014.
A ampliação do uso do gás natural pode diminuir a conta de importação de petróleo dos
Estados Unidos. Ao todo, há cerca de oito milhões de caminhões de médio e grande
porte que consomem três milhões de barris de petróleo por dia. Isso é quase 15 por
cento do consumo diário nacional e o equivalente a três quartos do petróleo importado
dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Cerca de dois terços
do diesel utilizado para transporte no país vai para os três milhões de caminhões-baú,
responsáveis pela maior parte do transporte de produtos em longa distância.
Nos últimos quatro anos, o boom da exploração do gás natural de xisto possibilitou
uma ampla oferta de combustível barato, levando os produtores a sugerirem que os
Estados Unidos deveriam substituir os derivados produzidos a partir do petróleo
importado por gás natural nacional no transporte comercial e municipal. Afinal, ele é
mais barato, custa no máximo 33 centavos de dólar por litro, além de ser mais limpo, o
que facilitaria atender às normas de emissões.
Ainda assim, fabricantes e donos de frotas têm demorado para fazer a troca, em parte
devido o preço dos veículos movidos a gás natural, que custam quase o dobro dos
caminhões convencionais, e porque poucos postos de combustíveis possuem os
equipamentos específicos para armazenar gás. A Secretaria Federal de Informação
Energética estima que, se forem construídos postos de gás suficientes e sob as
condições econômicas corretas, as vendas de veículos de carga pesada movidos por esse
combustível passariam de 860 em 2010 para 275.000 em 2035, o equivalente a 34 por
cento da venda total de veículos.
Fonte: GNV News - IBP