Brasil e Argentina assinam novo acordo automotivo.
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Os governos do Brasil e da Argentina assinaram novo acordo automotivo com validade
de um ano. O entendimento entra em vigor em 1° de julho e vale até 30 de junho de
2015. A previsão é que, no período, os dois países continuem em negociação, e, a partir
do meio do ano que vem, implementem um novo regime bilateral com ampliação do
comércio e política industrial comum no setor de autopeças e garantia da segurança dos
veículos.
O acordo reativa um dispositivo considerado prejudicial pelas montadoras brasileiras. Trata-se
do sistema flex, que prevê que o Brasil poderá vender com isenção de impostos no máximo
US$ 1,5 para cada US$ 1 importado do país vizinho. Os argentinos chegaram a propor um
patamar ainda menor, de US$ 1,3.
De acordo com nota divulgada no início da noite pelo Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, “a proporção está dentro dos níveis históricos de comércio
efetivamente realizado entre os dois países no período de vigência do atual acordo”.
O sistema flex fazia parte do último acordo com os argentinos. Até junho do ano passado,
para cada US$ 1 importado do país o Brasil podia vender US$ 1,95. Quando o acordo venceu,
foi renovado até o meio deste ano, mas sem a limitação. Procurada, a Associação Nacional de
Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) disse por meio da assessoria de comunicação
que não se manifestaria sobre os detalhes do acordo firmado hoje. A assessoria disse apenas
que, para a Anfavea, o importante é manter o fluxo de comércio e aumentar a
complementaridade produtiva.
No entanto, o presidente da entidade, Luiz Moan, já havia se manifestado contrariamente à
pretensão argentina de limitar as exportações. “A nossa posição é que temos um livre mercado
estabelecido. Seria um retrocesso. É muito difícil ser aceito”, disse, em entrevista à Agência
Brasilno início de maio. Procurado, o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para
Veículos Automotores (Sindipeças), que também participou das tratativas entre os governos
da Argentina e do Brasil, também disse que não comentaria a assinatura do acordo.
Além do sistema flex, o protocolo assinado com os argentinos prevê que os setores
produtivos dos dois países mantenham uma participação mínima nos respectivos mercados de
veículos, de 11% de automóveis argentinos no Brasil e 44,3% de brasileiros na Argentina. Os
compromissos foram assumidos pela Anfavea e Sindipeças, do lado do Brasil, e pela
Associação de Fábricas de Automotores (Adefa), Associação de Fábricas Argentinas de
Componentes (Afac) e Associação de Industriais Metalúrgicos da República Argerntina
(Adimra), do lado do país vizinho.
De acordo com a nota do ministério, o titular da pasta, Mauro Borges, que foi para Buenos
Aires para assinatura do documento, afirmou que trata-se de um passo para uma medida mais
ambiciosa a partir de 2015. Borges destacou ainda que o acordo tem força política, por ter tido
o aval das presidentas brasileira, Dilma Rousseff, e argentina, Cristina Kirchner. Borges se
reuniu nesta quarta-feira com a ministra da Indústria da Nação da Argentina, Débora Giorgi.
Fonte: Agencia Brasil