Boom do gás de xisto pesa sobre petroquímicas brasileiras.
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Uma queda nos preços do gás natural causada por um boom do gás de xisto nos Estados Unidos está prejudicando os lucros das companhias petroquímicas brasileiras, ao reduzir o poder fixação de preço e tornando-as menos competitivas Esses custos menores elevaram as exportações norte-americanas e reduziram os preços no mundo.

A Braskem - da qual a Odebrecht tem a maior fatia - e sua parceira, a Petrobras, estão discutindo um corte no preço do gás natural no mercado doméstico para levar os custos da Braskem para os níveis dos Estados Unidos, disse o presidente-executivo da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, durante evento organizado pelo Credit Suisse.

A Braskem é a maior petroquímica da América Latina e a Petrobras a maior fornecedora de gás natural importado e doméstico no Brasil.

Petroquímicas do mundo todo estão tendo de lidar com crescente competitividade das rivais norte-americanas, que viram os custos do gás cair após o crescimento das reservas de gás não convencional. Esses custos menores elevaram as exportações norteamericanas e reduziram os preços no mundo.

A Petrobras cobrou dos distribuidores locais o equivalente a 8,22 dólares por milhão de British Thermal Units (MBTUs) de gás produzido no Brasil no terceiro trimestre do ano passado. O preço de referência nos Estados Unidos no trimestre estava em 3,55 dólares por MBTUs, 43 por cento menor que o praticado no Brasil. Apesar de os preços nos EUA terem subido para 4,91 dólares, ainda estão 40 por cento abaixo do nível brasileiro. Os preços ajudaram a reduzir as exportações brasileiras de estireno, poliestireno e etileno em 7,6 por cento em 2013, enquanto as importações subiram 21 por cento. Um preço mais baixo para o gás natural brasileiro permitiria que Braskem e outros produtores reduzissem seus preços, ajudando a manter os níveis de exportação e tornando seus produtos mais competitivos no mercado doméstico.

Fonte: Reuters (Fev.2014)