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O aumento de produção de petróleo bruto será muito significativo nos próximos dois anos, a partir de novos megaprojetos na história da indústria. Essa afirmação foi feita na semana passada pelo cartel do setor, a OPEP.
Projetos recém-produtivos que estão sendo lançados na Rússia, no Brasil e no Canadá, juntamente com a nova produção de gás de xisto na América do Norte, poderiam acrescentar 1 milhão de barris por dia à oferta mundial de petróleo, entre 2017 e 2019, de acordo com a OPEP.
A notícia chega no mesmo momento em que é noticiado que a pedra angular da OPEP, a Arábia Saudita, faz lobby para estender os cortes de produção pela OPEP e alguns estados não-OPEP, negociados no final de 2016, e atualmente programados para vigorar até junho deste ano.
Instituído para apertar o fornecimento de petróleo global e estabilizar os preços, o acordo viu a produção de petróleo bruto da OPEP cair em 153 mil barris/dia, mês a mês até março, de acordo com dados da Secretaria da OPEP, baseados em fontes secundárias.
A queda mais significativa foi observada na Líbia, onde se diz que o maior campo petrolífero do país, El Sharara, ficou fora de ação, em meio a conflitos.
Projeção de aumento de produção veio depois dos megaprojetos
Apesar do forte aumento projetado na oferta não-OPEP até 2019, a decisão de investimento em muitos desses projetos tinha sido feita, em uma era diferente para o petróleo bruto, disse a OPEP.
“Muitos desses projetos, custando bilhões de dólares e levando muitos anos para entrarem em funcionamento, foram iniciados quando os preços do petróleo eram negociados em torno dos US$ 100 / barril”, disse o grupo em seu relatório mensal.
O crescimento da demanda de petróleo entre os países da OCDE em 2017 foi mantido inalterado em relação à estimativa anterior da OPEP, com um aumento de 240.000 barris/dia, ano a ano, com um pico projetado para o terceiro trimestre, impulsionado pela temporada de verão nos Estados Unidos.
A única seção de países da OCDE em que se espera que a demanda de petróleo se contraia anualmente em 2017 é a Ásia-Pacífico, compreendendo a Coréia do Sul e o Japão, devido a uma queda na demanda japonesa.
Os dados preliminares de fevereiro também mostraram uma queda na demanda de 150.000 barris/dia, ano a ano, para as quatro principais economias europeias, já que as quedas na Itália e no Reino Unido compensaram o crescimento de França e Alemanha.
Expectativa de crescimento é menor na Europa
A demanda europeia pode ser impulsionada pelo fortalecimento da produção industrial e da demanda automotiva, mas existem riscos “substanciais” de baixa, principalmente a possibilidade de colapso da recuperação econômica na região e a crescente popularidade dos veículos de combustíveis alternativos.
A demanda europeia de petróleo cresceu 250 mil barris/dia, em 2016, e as expectativas de crescimento são muito menores para este ano, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), mas a demanda na região deve ser de cerca de 70 mil barris/dia.
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