Como a África lidará com a tendência dos óleos básicos?
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A mudança global na produção de óleos básicos, reduzindo a participação do grupo I, vai obrigar os produtores africanos a considerar o uso de óleos de graus mais elevados, disseram especialistas do setor, na última Conferência da ICIS no continente. A grande questão é, quando? pois, a penetração do grupo II continua extremamente limitada, trazendo grande desafio ao mercado.

A diretora de tecnologia e marketing da Nynas, Valentina Serra-Holm, disse: "A relutância de reformular será desafiada pela crescente dificuldade de acesso ao óleos de Grupo I." Ela previu que o primeiro país propenso a trocar o grupo I por melhores graus será a África do Sul, que é o país mais orientado para a qualidade, na região. Enquanto isso, outros países africanos ainda tentam reter os óleos básicos do grupo I, especialmente para formulações de óleos para serviços pesados.

Serra-Holm disse ainda, que a mudança para os óleos básicos de grau mais elevado na África será impulsionada pela demanda, oferta e requisitos regulamentares. Mas a penetração do Grupo II continua extremamente limitada, por isso, as perspectivas para o Grupo I são de fundamental importância para produtores da região. A Consultora para a indústria, Geeta S. Agashe, presidente da Geeta Agashe & Associates LLC, disse, em uma entrevista ao Lube Report, que as recomendações dos fabricantes de equipamentos originais estão forçando a produção de lubrificantes de grau de viscosidade mais baixos, alguns dos quais só podem ser formulados usando Grupo II ou superior.

"A África não produzir sequer o grupo I que precisa internamente, então esqueça a exportação. É necessário importar óleos básicos do grupo I, que chegam principalmente da Europa e do Oriente Médio. No entanto, essas refinarias europeias estão fechando, o que significa que haverá um déficit ainda maior de óleos do grupo I", disse Agashe. "É por isso que eu sinto que agora é um bom momento para os produtores descobrirem como eles podem passar a usar óleos básicos do Grupo II."

A África é responsável por menos de 10 por cento da demanda global de lubrificantes acabados, e mais de 90 por cento da demanda do continente estão concentrados em apenas oito países: África do Sul, Egito, Argélia, Nigéria, Marrocos, Líbia, Tunísia e Sudão. África do Sul, que tem, pelo menos, nove instalações de mistura, domina em termos de capacidade de produção de lubrificantes também.

A agricultura é o maior sector económico da África, embora alguns países ricos em recursos dependam principalmente de indústrias extrativas. O parque automotivo é relativamente antigo, dessa forma, este mercado tem padrões mais baixos de qualidade e é altamente conscientes dos preços.

Os lubrificantes industriais respondem por menos de 30 por cento das vendas de lubrificantes na África, e são consumidos principalmente pelas indústrias do petróleo, mineração e agricultura. Entre as oportunidades de crescimento destacados por Serra-Holm estão a agricultura, a indústria da construção e geração de energia, que terá especialmente óleos de transformadores elétricos. "Outro fator positivo para a demanda de lubrificantes é o investimento previsto na fabricação de automóveis na Nigéria", acrescentou.

"Óleos do Grupo I ainda dominam a cena local", disse Serra-Holm ", e, a penetração do Grupo II ainda é extremamente limitada, exceto para a África do Sul, onde já entra em lubrificantes automotivos, "

Fica claro que, se as plantas do grupo I continuarem fechando, e os investimentos em capacidades de grupo II continuam a aumentar, "existe a possibilidade de a relação de preços existente entre o grupo I e grupo II também mude, porque, no final das contas, vale a relação entre oferta e demanda ", disse Serra-Holm. Agashe concordou, acrescentando que "no passado, os óleos básicos do grupo I tinham preços menores do que os do grupo II, mas agora há muita paridade entre eles. " Agashe, no entanto, lembrou que o ensino técnico é fundamental para os produtores africanos que mudam para óleos de classes mais elevadas. "Precisamos educar a todos, em toda a cadeia de valor, e é um trabalho combinado para a indústria, incluindo os fornecedores de aditivos, de óleos básicos e de lubrificantes acabados, bem como as agências governamentais relevantes."

Fonte: Lube Report