Já seria a China o maior mercado mundial de lubrificantes?
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É amplamente reconhecido que o mercado chinês tem crescido rapidamente nos últimos 15 anos, e deve ultrapassar os Estados Unidos como o maior mercado mundial de lubrificantes. Alguns acreditam que isso ainda não teria acontecido, entretanto existe alguma discordância entre especialistas do setor, uma vez que circulam naquele mercado produtos que não atendem aos padrões oficiais e podem não estar computados na estatística.
De acordo com os cálculos dos consultores da Kline & Co., a China ainda ocupa o segundo lugar e não deve ultrapassar os Estados Unidos antes de 2020. Entretanto, a produtora alemã Fuchs Petrolub alega que a China já tem uma vantagem significativa, com uma demanda estimada em cerca de 7 milhões de toneladas, em 2014, contra um consumo de pouco mais de 6 milhões dos Estados Unidos.
Uma razão para a variação dessas estimativas é levantada pelo consultor independente Zhang Chenhui, e mostra que não se pode olhar somente o mercado de produtos qualificados, pois existe um volume considerável de “óleos cinzentos”, que não atendem aos padrões nacionais da China. “Se incluirmos esses óleos, que pode atingir a um volume de 2 milhões de toneladas, certamente a China será o maior mercado do mundo”, afirma Zhang.
Embora ainda haja algum desacordo sobre o presente, não há dúvidas quanto ao futuro, quando a China estará em primeiro lugar, uma vez que os investimentos continuam no país. A Shell, por exemplo, afirma que continua a manter o foco na China devido ao seu potencial de crescimento.
Segundo a empresa chinesa de pesquisas Li Mu, a produção de lubrificantes da China diminuiu 3,6% em 2014, com relação ao ano anterior, chegando a 5,7 milhões de toneladas, devido a uma desaceleração da economia, porém esse número não leva em consideração as importações de lubrificantes acabados. A taxa de crescimento da economia chinesa continua a diminuir, com uma previsão em torno de 7% para 2015, menor do que os 7,4% de 2014, de acordo com a Academia Chinesa de Ciências Sociais. Outras instituições como o Goldman Sachs, por exemplo, prevê taxas de crescimento de 6,4%, 6,1% e 5,8% para 2016, 2017 e 2018, respectivamente.
Neil Wang, parceiro global da Frost & Sullivan China, disse que algumas empresas estão realmente seguindo planos sólidos para entrar no mercado agora. Mesmo em uma economia lenta, a demanda por lubrificantes deve permanecer estável por dois motivos principais. "Indústrias como automóveis e fabricação em grande escala ainda estão crescendo, embora a um ritmo mais lento", disse ele, acrescentando que o número de veículos continuará a crescer, graças ao aumento da renda disponível na China, bem como a construção maciça de infraestruturas rodoviárias.
Quanto à qualidade, Wang acredita que a China tem carência de óleos básicos altamente refinados dos Grupo III e Grupo III +, o que dificulta a produção de lubrificantes de alta qualidade. “Dessa forma, as empresas estrangeiras com fábricas na China devem prestar muita atenção ao mercado de óleos básicos, para ajustar os planos de aquisição e de produção no momento apropriado", disse ele.
A Fuchs Petrolub construiu, no ano passado, uma nova fábrica em Yingkou, na província de Liaoning, para produzir lubrificantes automotivos, juntamente com lubrificantes especializados para uma variedade de setores, incluindo aço, agricultura e mineração. "O aumento do nosso lucro semestral em 2015 na região da Ásia-Pacífico foi substancial, impulsionado principalmente por ganhos maiores nas empresas da China e da Índia", disse Apu Gosalia, chefe da divisão de pesquisa de mercado e de sustentabilidade da Fuchs. Ele acrescentou que a China contribuiu com a maior fatia dos lucros na região, apesar de seu declínio da taxa de crescimento do PIB.
Muitas outras empresas continuam igualmente a investir na China. O tempo dirá se o mercado pode fornecer frutas suficientes para todas elas.
Fonte: Lube Report