Grupo III deverá ter o maior crescimento no mercado global
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Mercado global de óleos básicos chega a 38 milhões de toneladas, e API Grupo I ainda detém a maior participação. O Grupo III deverá ter o crescimento mais rápido ao longo dos próximos cinco anos, impulsionado mais por questões de fornecimento do que de considerações técnicas. De acordo com a Kline & Co., o estudo inclui os grupos I, II, III e os óleos básicos naftênicos.

"A mudança de equilíbrio entre oferta e demanda de vários óleos básicos está impactando a escolha desses insumos em várias formulações de lubrificantes. Atualmente o mercado tem uma oferta excedente de óleos básicos de Grupo II e de grupo III, e um consumo crescente, proporcionado pelo aumento no abastecimento, impulsionando o crescimento da demanda", disse Anuj Kumar, um gerente de projeto na área de energia da Kline & Co., durante uma apresentação pela internet, em 7 de outubro.

Ele observou o mercado atual difere do cenário histórico, em que o fornecimento de óleos básicos de alto desempenho estava ligado às exigências técnicas. "Nós vamos testemunhar mais penetração desses básicos de alta performance em aplicações onde não há tal exigência técnica", disse ele. Com base nos anúncios, até o momento, a Kline espera que cerca de 6 a 6,5 milhões de toneladas de nova capacidade de óleos básicos serão adicionadas ao longo dos próximos 10 anos, com a maioria sendo esperada para os próximos dois a três anos. "Isso é certamente mais do que a demanda incremental criada durante o mesmo período, e alguma capacidade de Grupo I teria de ser racionalizada, a fim de manter o equilíbrio global de oferta e demanda. Incluindo as racionalizações anunciadas até hoje, a Kline prevê que cerca de 5 a 5,5 milhões de toneladas de capacidade existente terão de ser racionalizadas" ,disse ele.

Enquanto a capacidade global de óleos básicos está estimada em cerca de 55 milhões de toneladas, em 2014, a oferta foi estimada em apenas cerca de 38 milhões de toneladas, indicando que as instalações operaram com cerca de 75 por cento da capacidade, em média. Já a demanda foi estimada em cerca de 34,7 milhões de toneladas, no período. "As Plantas de Grupo I tiveram as taxas de operação mais baixas de todos os grupos, devido à menor demanda, e, em 2014, as refinarias com plantas de Grupo II apresentaram a maior taxa média de funcionamento” lembrou Kumar. "Apesar de um mercado em constante declínio, o Grupo I ainda é o maior segmento, mas a sua quota da demanda global é inferior à metade do mercado. O mercado para o Grupo I é impactado por uma série de mudanças impulsionadas por exigências técnicas rigorosas e pelo excesso de oferta de outros óleos como os Grupos II e III. Os requisitos de volatilidade (Noack) são mais rigorosos nas normas mais recentes para óleo de motor, tornando cada vez mais difícil de usar Grupo I", disse o gerente. Ele observou ainda, que, em certas aplicações industriais, tais como óleo de engrenagem industrial e em algumas aplicações marinhas, o uso de Bright Stock (basicamente do Grupo I) é essencial, pois não pode ser substituído por óleos de Grupo II ou III.

O Grupo II (incluindo II +) representou mais de um quarto da demanda mundial de óleos básicos lubrificantes em 2014. Esta categoria tem sido um fator chave para o crescente desequilíbrio entre oferta e demanda nos básicos de baixa e alta viscosidade. "Entre 2004 e 2014, a quota dos Grupos II e III na oferta global cresceu de 22% para mais de 40%, o que representa uma taxa de crescimento médio anual de 9 % de óleos básicos de alta qualidade", disse ele.

A natureza das plantas de Grupo III está mudando. "No passado, grande parte do abastecimento de matéria-prima era feito a partir da isomerização de parafina bruta produzida pelas usinas do Grupo I. Este processo é cada vez mais inviável, pois utiliza um produto escasso para fazer óleos de Grupo III. Assim, a maioria dos básicos de Grupo III agora é feita por hidroprocessamento de produtos do fundo da unidade de hidrocraqueamento de combustível, ou a partir da tecnologia GTL ”, concluiu Kumar.