BMW preocupada com o diesel B10 da Malásia.
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A fabricante alemã de automóveis BMW pediu ao governo da Malásia que reconsidere seus planos de introduzir o óleo diesel com 10% de biodiesel (B10), em outubro deste ano. A empresa disse em um comunicado, na semana passada, que está preocupada com o efeito negativo do aumento do teor de óleo de palma sobre a lubrificação do motor. O país exige atualmente a utilização do diesel B7 (7% proveniente de fontes renováveis).

A BMW publicou uma declaração, solicitando ao ministro das Indústrias de Plantação e Comodities da Malásia que leve em consideração a opinião e o feedback da indústria automobilística do país, antes de implantar a exigência do uso de B10. “Em nossos testes com o B10 em todo o mundo, encontramos grandes desafios técnicos na mistura com o combustível convencional”, afirmou Alan Harris, CEO e diretor do grupo BMW na Malásia. “Os testes nos veículos mostraram que o éster metílico de ácido graxo, que ferve em altas temperaturas, é impelido para dentro do óleo lubrificante, resultando em diluição do óleo, já que ele não evapora a altas temperaturas. Isso ocasiona a formação de lama no óleo e reduz a lubricidade, com o risco de danos severos ao motor”.

Os motores a diesel modernos, na Malásia, estão bem adaptados para queimar o diesel B7, de acordo com a BMW. “Entretanto, enquanto o biodiesel é introduzido com a intenção de promover uma tecnologia limpa e verde, e também aumentar o uso doméstico de produtos de palma, nós temos que nos assegurarmos de que a tecnologia é segura e também traz benefícios à indústria e ao setor automotivo”, completou Harris.

De acordo com um relatório da Bloomberg, em 9 de junho, o Instituto Automotivo da Malásia destacou que outros fabricantes de automóveis já afirmaram, há alguns anos, que o plano de 10 por cento de biodiesel também não é compatível com as necessidades da indústria automobilística. A associação disse que ainda pretende aprofundar a discussão sobre o assunto.

O governo da Malásia implantou o programa de biodiesel para apoiar os preços e o consumo do óleo de palma. O país introduziu o programa B5 em 2011 e em janeiro deste ano introduziu o B7.

Na Europa e na América do Norte, as indústrias automotiva e de lubrificantes têm reconhecido o potencial problema de diluição do óleo de motor pelo biodiesel estão trabalhando para desenvolver uma especificação de lubrificante que testa a tolerância à diluição.

Fonte: Lube Report