Custo de álcool de palha de cana pode diminuir em 3 anos.
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Produtores afirmam que, em três anos, pode ser mais barato produzir o combustível de segunda geração do que o tradicional, uma vez que não traz o componente agrícola de primeira geração. O principal entrave para o desenvolvimento do etanol celulósico no mundo ainda é o custo que fica superior em quase 30% sobre as unidades tradicionais.

“Em 2016, o custo do etanol celulósico será igual ou menor que o de primeira geração”, afirma Oswaldo Godoy, gerente do CTC. Segundo ele, em três anos será possível produzir etanol a partir de resíduos da cana com o custo entre R$ 1,10 e R$ 1,15 por litro. Hoje, o litro do etanol "tradicional" custa aproximadamente R$ 1,10. O custo do etanol celulósico é mais baixo do que o tradicional porque não traz o componente agrícola da primeira geração", diz Bernardo Gradin, da GraalBio. Como nesse caso a matéria-prima são resíduos, o custo agrícola se restringe ao transporte dos insumos.

Embora não sejam desprezíveis, os gastos ficam menores em relação à primeira geração.

Segundo Gradin, o setor busca produzir etanol celulósico por menos de US$ 0,40 o litro (R$ 0,80 por litro). O principal entrave é o investimento industrial, que na segunda geração é 30% maior que o necessário para construir unidades tradicionais.

COMMODITYA dinamarquesa Novozymes, produtora de enzimas necessárias no processo que dá origem ao etanol de segunda geração, diz que a tendência é de queda para o preço dessas substâncias."Um dia essa enzima vai se tornar uma commodity. Vamos ganhar dinheiro no volume, não vai ser no preço", diz Pedro Fernandes, presidente regional da Novozymes para a América Latina. O diretor de bioenergia e tecnologia da Raízen, João Alberto Abreu, destaca as sinergias entre a produção tradicional e a segunda geração, porém é mais cauteloso. "É preciso comprovar a viabilidade econômica desse produto em escala comercial."A ETH segue a mesma linha. "A tecnologia é amplamente conhecida. É preciso evoluir para um ponto que seja viável comercialmente, e vamos aguardar o momento adequado para isso. Não precisamos queimar etapas", diz Carlos Eduardo Calmanovici, diretor de tecnologia e inovação da ETH.

Fonte: Tatiana Freitas | Folha de São Paulo