Exportações de carros brasileiros continuam limitadas em 2013.
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As exportações brasileiras de carros devem continuar a declinar nos próximos
anos, se não forem resolvidos os problemas estruturais enfrentados pelos
fabricantes instalados no País, segundo aponta estudo preparado pela
consultoria Roland Berger, especializada no setor automotivo.
Em 2012, o volume de embarques de veículos leves do Brasil para mercados externos
somou 410,7 mil unidades, queda de quase 21% sobre os 518,5 mil embarcados em
2011, de acordo com dados da Anfavea, a associação das montadoras. O resultado é o
segundo pior dos últimos cinco anos, só perde para 2009, no auge da crise financeira
internacional, quando foram exportados apenas 352 mil automóveis e comerciais leves.
O mercado externo já chegou a consumir 724 mil veículos montados em 2005, o melhor
ano da história para as exportações do setor, que representaram pouco mais de 30% da
produção nacional. Em 2012 essa participação caiu para 13%. Para a Roland Berger, no
momento não há nada no horizonte que indique mudança dessa tendência de perda de
importância das vendas externas para as montadoras.
Segundo o estudo da consultoria, entre os principais fatores que travam as exportações
de carros made in Brazil, o maior problema continua sendo a falta de competitividade
dos produtos brasileiros, causada por três vetores negativos: 1) infraestrutura logística
deficitária do País, que implica em altos gastos de transporte em estradas e portos
ineficientes; 2) grande burocracia nas regras de comércio exterior, o que provoca
aumento de despesas administrativas na vendas externa; e 3) elevados custos
trabalhistas.
Se já não eram competitivos no exterior antes, os carros brasileiros são muito menos
agora, lembra a consultoria, pois no mundo existe enorme excesso de capacidade de
produção entre os principais fabricantes, especialmente na Europa abalada por uma
profunda crise econômica que já passa de quatro anos. Isso reduz ainda mais o interesse
em importar veículos que, além de tudo, são inadequados para consumidores de países
desenvolvidos.
Com isso, sobram poucos mercados para o Brasil exportar carros, limitados a países
latino-americanos e, mesmo assim, com problemas importantes a superar nos dois
maiores compradores de veículos brasileiros até o momento: Argentina e México.
A Roland Berger lembra que as montadoras instaladas no Brasil são altamente
dependentes da Argentina para exportar – o país vizinho consome mais de 70% dos
veículos embarcados para fora. Essa dependência custa caro, pois o governo argentino
tem aumentado restrições às importações, além de adotar políticas econômicas
heterodoxas que trazem incertezas sobre o futuro.
O segundo maior cliente dos carros brasileiros, o México, que consome menos de 15%
das exportações, também tende a diminuir suas compras com a imposição de cotas de
comércio exterior impostas pelo governo brasileiro em 2012. Portanto, os veículos
feitos no Brasil estão ficando sem mercados externos, cada vez mais dependentes do
consumo doméstico.
Fonte: Automotive Business