Capacidade de produção de básicos terá expansão sem precedentes.
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A capacidade global de produção de óleos básicos está se expandindo a uma taxa sem precedentes, e a maioria dos novos projetos possui custos de produção vantajosos, colocando pressão sobre os atuais produtores para reduzir o volume produzido, reduzir lucros ou até mesmo fechar as portas. A informação vem de consultor especializado, em pronunciamento na ICIS Asian Base Oils & Lubricants Conference, realizada em Singapura, em junho deste ano.

O Vice Presidente da IHS Consultoria, Blake Eskew, lembrou em sua palestra que, historicamente, a capacidade de produção e a demanda mundial seguem caminhos paralelos. Por exemplo, a capacidade em 2011 cresceu 7% em comparação com 2002, enquanto a demanda cresceu 8% no mesmo período. “Entretanto, olhando o futuro, uma nova capacidade produtiva vem sendo adicionada ao mercado num ritmo sem precedentes. Espera-se um salto de 16% entre 2011 e 2017”, disse Eskew.

De acordo com o consultor, existem três fatores primordiais para esse cenário: o crescimento da demanda, a melhoria da qualidade dos produtos e a economia na produção. Isso cria três categorias distintas de projetos: os dirigidos pelo crescimento, os voltados para a qualidade e os chamados projetos oportunísticos.

Os projetos dirigidos pelo crescimento estão voltados ao atendimento da demanda cada vez maior por óleos básicos, nos mercados principais da empresa. Conforme mostrou Eskew, dos 20 projetos esperados para entrarem em operação nos próximos 5 anos, 6 são dessa categoria, respondendo por cerca de 18% do novo volume projetado. A expansão da Petrobras, segundo ele, é um exemplo de projeto dirigido pelo crescimento da demanda.

Os projetos voltados para a qualidade são desenvolvidos para atender os requerimentos de qualidade dos básicos nos principais mercados da empresa. Eskew encontra outros 6 projetos nessa categoria, e contribuirão com 34% do novo volume. O projeto da Chevron em Pascagoula e o projeto Luberef Yanbu são exemplos dessa categoria.

Os chamados oportunísticos dominam a nova onda de projetos. Seus princípios básicos são levar vantagem com investimentos favoráveis em matéria-prima e processos para a agregação de valor adicional. Oito projetos anunciados, com uma capacidade média de 500 mil toneladas por ano, se encaixam nessa categoria. Juntos responderão por quase metade do novo volume projetado. Um exemplo é o projeto da Neste/Bapco no Bahrein.

Os projetos oportunísticos geralmente são de básicos do grupo III, incluindo também o GTL, e o Oriente Médio e a Ásia dominam em crescimento, comparando-se com outras regiões. As capacidades adicionais na América do Norte são geralmente voltados para a qualidade, enquanto na Europa existem projetos tanto voltados para a qualidade quanto para o crescimento.

“A transição para básicos de melhor qualidade está acelerando e a pressão sobre a racionalização do Grupo I aumenta”, afirmou Eskew.

Fonte: Lube Report – Nancy Demarco