Vendas de veículos recuam 3,4% no quadrimestre.
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As vendas de veículos ao mercado interno seguem tendência de desaceleração, conforme mostram os dados divulgados pela Anfavea. De janeiro a abril, foram vendidos 1,08 milhão de veículos novos, entre leves, comerciais e pesados, volume 3,5% menor que o registrado em idêntico período de 2011, quando foram vendidos 1,11 milhão de unidades.

A maior retração foi observada no segmento de caminhões, de 8,1% no mesmo comparativo, enquanto leves e ônibus retraíram 3,2% e 1%, respectivamente.

Na média diária, a queda foi de 5,7%, para 12,9 mil unidades em cada um dos 83 dias úteis do período. Abril contribuiu com 257,9 mil veículos, queda de 10,8% sobre igual mês de 2011. Com relação a março, a retração foi de 14,2%.

Apesar do resultado a entidade preferiu não alterar as projeções para 2012. A Anfavea espera crescimento entre 4% e 5% sobre o ano passado, para algo entre 3,7 e 3,8 milhões de unidades. Contudo, para alcançar este volume, as vendas deveriam ser em média de 334 mil unidades em cada um dos próximos oito meses. Em 2011, essa média foi superada apenas uma vez, em dezembro, o melhor mês do ano, com 348,4 mil veículos licenciados.

A conjuntura não parece ser favorável para a concretização deste cenário, como mostra a própria Anfavea. Durante a divulgação dos números, Cledorvino Belini, presidente, apontou que a restrição ao crédito imposta no fim de 2010 pelas medidas macroprudenciais ainda impacta de forma significativa no desempenho do mercado.

Analisando os dados de concessão de crédito para aquisição de veículos por pessoa física desde janeiro de 2010, o presidente revela que antes das restrições, o setor chegou a alcançar liberação de R$ 11,2 bilhões em um único mês (novembro/2010). No ano passado, o pico de concessão mensal não passou de R$ 9,5 bilhões. Até março deste ano, o volume de crédito para financiamento de veículo não ultrapassou os R$ 7,8 bilhões.

Outro fator que deve comprometer as projeções de 2012 é a saturação das vendas que chegou ao mercado de veículos para locadoras e frotistas, que sustentaram os negócios nos últimos anos. “Esta é uma redução que temos observado desde o ano passado, mas acho difícil que seja uma tendência”, disse Belini. Ele acrescentou que vai esperar o resultado dos próximos meses para avaliar este movimento.

A queda da participação de automóveis 1.0 nas vendas totais atesta a influência do crédito sobre o mercado e aprofunda a questão da retração dos negócios para locadoras.

Os modelos nesta faixa de motorização representaram 38,6% das vendas totais em abril, equivalente a 45,9 mil unidades, o menor nível desde 1995.

Segundo Belini, a Anfavea só deve revisar as projeções para o ano a partir do segundo semestre.

Fonte: Automotive Business