CO2 pode substituir petroquímicos usando técnica "diagonal".
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Pesquisadores franceses afirmam que o Dióxido de Carbono (CO2) pode se tornar um importante recurso renovável, e um reagente químico ambientalmente amigável. Dessa forma, além de deixar de ser lançado na atmosfera, pode ajudar a reduzir nossa dependência dos produtos petroquímicos.

Thibault Cantat e seus colegas desenvolveram uma nova técnica para converter o dióxido de carbono em compostos que podem ser usados para a síntese de químicos hoje derivados do petróleo, e até de novos combustíveis.

"Até hoje foram desenvolvidos poucos processos que usam o dióxido de carbono como ponto de partida porque o CO2 é uma molécula muito estável, que não se convence a reagir muito facilmente," explica Cantat.

Na verdade, existem duas linhas principais para o uso do Dióxido de Carbono.

"Na abordagem 'vertical', o dióxido de carbono é reduzido, o que significa que o estado de oxidação do átomo de carbono é reduzido pela substituição formal do oxigênio pelo hidrogênio. Isto resulta em moléculas como o metanol ou o ácido fórmico, que podem ser convertidas em combustíveis," comenta o pesquisador.

Esses compostos resultantes têm um conteúdo de energia mais elevado do que o do Dióxido de Carbono, mas não se pode produzir muitos compostos químicos por essa via.

"Na abordagem 'horizontal', o átomo de carbono é funcionalizado, o que significa que ele forma novas ligações com o oxigênio, nitrogênio, ou com outros átomos de carbono. O estado de oxidação permanece o mesmo, o conteúdo de energia não aumenta," explica Cantat.

Assim, não se pode produzir combustíveis por essa via, mas compostos que são úteis como elementos para a sintetização de substâncias como a ureia.

A equipe francesa criou agora uma solução intermediária, uma combinação dos dois métodos, criando o que eles chamaram de "abordagem diagonal".

Com a nova técnica, o dióxido de carbono pode ser tanto funcionalizado quanto reduzido, tudo em um único passo. Isto permite a síntese de um número muito maior de compostos químicos, diretamente a partir do CO2.

A reação exige três coisas: um agente redutor (um silano), uma molécula orgânica para ser conectada ao átomo de carbono do CO2 (uma amina) e um catalisador especial, capaz de catalisar tanto a redução quanto a funcionalização.

Esse catalisador quase mágico é uma base orgânica especial, formada por um anel contendo nitrogênio.

"Variações desses parceiros de reação deverão permitir produzir uma variada gama de compostos químicos que normalmente são obtidos a partir de matérias-primas petroquímicas," afirma Cantat.

Entre os compostos que mais chamaram a atenção estão os derivativos formamida, que são intermediários químicos importantes tanto para a indústria química quanto para a indústria farmacêutica.

Fonte: site Inovação Tecnológica