Acordo prevê bioquerosene para aviões nesta década.
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Empresas brasileiras e dos EUA atuam em conjunto para produzir combustível de origem vegetal, em escala global, em até 10 anos. O projeto consiste no desenvolvimento de tecnologia de produção de bioquerosene para aviação a partir da fermentação da sacarose - proveniente da palha e da ponta de cana-de-açúcar, do milho e de outras fontes vegetais.

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Outra experiência prestes a receber a certificação internacional envolve a transformação de biomassa - pinhão-manso, camelina, babaçu e alga marinha - em bioquerosene. A dificuldade da aplicação dessa tecnologia está na necessidade de produção em escala dessas fontes de biomassa. Em princípio, Estados Unidos e Brasil poderão atuar juntos nesse campo, com apoio dos respectivos governos.

A parceria que Brasil e Estados Unidos estão firmando para o desenvolvimento e a produção de biocombustível especificamente para uso na aviação civil é fruto de uma ação que envolve algumas das maiores empresas dos dois países. Os resultados concretos dessas pesquisas - isto é, a fabricação e o uso em escala mundial - podem chegar ao mercado ainda nesta década.

O acordo de quatro anos atrás não chegava a mencionar o bioquerosene, mas previa uma ampla cooperação para estabelecer padrões de produção para o etanol e, dessa forma, garantir a qualificação do produto como uma commodity.

Um dos tópicos de maior interesse do Brasil era a possível abertura do mercado norteamericano para a importação de etanol de cana-de-açúcar do Brasil, como alternativa ao uso de combustível fóssil, o que acabou não ocorrendo como esperado.

Nos últimos meses, o governo Obama desinteressou-se pelo etanol como alternativa ambiental e econômica para a gasolina e passou a incentivar a produção de veículos híbridos e, principalmente, os movidos exclusivamente a eletricidade.

Para o Itamaraty, a perspectiva de atrair o governo dos Estados Unidos para a única opção sustentável para o querosene de aviação dará um novo alento ao memorando de 2007 assinado pelos dois países.

A proposta, segundo um diplomata envolvido nesse tema, permite a união dos setores de fabricação de aviões, de motores, de biocombustíveis e de aviação civil dos dois países em torno de um "produto com futuro gigante.

Fonte: Denise Chrispim Marin - O Estado de S.Paulo