Mercado brasileiro de nanotecnologia tem grande potencial.
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O mercado brasileiro de produtos com base em nanotecnologia, desenvolvidos originalmente no país, somou no ano passado cerca de R$ 115 milhões. A pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – Firjan não considera as tecnologias trazidas de matrizes para aplicações no país e nem os produtos importados.

O presidente do Conselho Empresarial de Tecnologia da Firjan, Fernando Sandroni, disse que o mercado de produtos nanotecnológicos desenvolvidos no Brasil ainda é pequeno em relação à estimativa de negócios gerados pela nanotecnologia no mundo em 2010, da ordem de US$ 383 bilhões.

Sandroni acredita, entretanto, que o potencial de crescimento é muito grande, considerando-se que a nanotecnologia é incentivada pelo governo federal devido à sua importância para o setor produtivo nacional. O tema está incluído no Plano de Ação 2007/2010: Ciência, Tecnologia e Inovação (Pitce) e na Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP).

“O próprio governo elegeu a nanotecnologia como um campo de atuação tecnológica prioritário para ser atendido pelos programas federais”, disse. Para dinamizar o setor, na parte de tecnologias desenvolvidas no Brasil, Sandroni afirmou que têm de ser feitas novas e mais aprofundadas avaliações de mercado. “A Firjan mostrou que há um caminho a ser trilhado”.

Com base em dados do MC&T do ano passado, existem no Brasil em torno de 150 empresas que desenvolvem algum produto ou prestam serviços a partir de conhecimentos em nanotecnologia. Elas englobam empresas especializadas na produção de nanomateriais, como as nanopartículas; empresas com foco na fabricação de produtos intermediários, entre os quais revestimentos e tecidos; e companhias que visam ao consumidor final e se dedicam a produtos dos ramos de cosméticos e roupas, entre outros segmentos.

Sandroni disse que as principais áreas de aplicação da nanotecnologia no Brasil são a indústria farmacêutica e de cosméticos. Apesar disso, destacou que a nanotecnologia permeia atualmente toda a indústria de transformação, porque está muito ligada à área de materiais, atingindo outros setores específicos. “Portanto, é um campo em que a gente tem que acordar e investir”.

A capacitação dos quadros técnicos é uma das exigências para o desenvolvimento da nanotecnologia no Brasil. O presidente do Conselho Empresarial de Tecnologia da Firjan entende que essa sempre foi uma carência no Brasil e ocorre não só nesse campo. “Basta ver o que está acontecendo na área de engenharia. Basta o Brasil crescer um bocadinho e todo mundo diz logo: está faltando engenheiro”. Avaliou que o problema de formação de quadros especializados é geral no país e, certamente, vai atingir a nanotecnologia. Daí a necessidade de cursos de capacitação. “Espero que esse seja um processo contínuo e crescente”.

Fonte: Agência Brasil