Mercado de Carbono precisa de regras claras no Brasil.
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Estudos mostram que o Brasil precisa ter regras mais claras para desenvolver o mercado
de créditos de Carbono, ao estabelecer quem deve regular esse comércio e como o crédito
deve ser tributado pelo Estado e contabilizado nos balanços das empresas.
A conclusão é de uma série de estudos feita a pedido da BM&F Bovespa, com apoio do
Banco Mundial e da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e
Tecnologia (Finep).
O mercado de créditos de Carbono foi estabelecido pelo Protocolo de Kioto, que
estabelece metas de redução da emissão de gases poluentes na atmosfera para os países
desenvolvidos. O acordo internacional também permite que as empresas desses países,
para cumprir suas metas, “comprem” o gás poluente (Carbono) que deixa de ser emitido
por empresas “limpas” (isto é, que não emitem gases).
Como, pelo tratado, o Brasil não é obrigado a reduzir suas emissões, as empresas
brasileiras podem desenvolver os chamados “mecanismos de desenvolvimento limpo” e
vender créditos desse carbono não emitido para empresas poluidoras de outros países.
Além de vender créditos de carbono para o mercado internacional, o Brasil também vem
desenvolvendo um mercado interno, pois algumas empresas brasileiras têm mostrado
interesse em, voluntariamente, compensar os gases poluentes que elas emitem, com a
compra desses créditos.
Segundo os estudos encomendados pela Bovespa, tanto para o mercado internacional
quanto para o mercado doméstico, há a necessidade de haver regras mais específicas
para o comércio.
Segundo Antonio Fernando Pinheiro Pedro, um dos realizadores do estudo, a Lei
12.187/2009, que institui a Política Nacional sobre a Mudança do Clima, prevê a
criação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. O mercado brasileiro, no
entanto, ainda não foi regulamentado.
“Um país que é voluntário pode estar mais bem posicionado no cenário mundial se ele
estabelecer mecanismos que demonstrem, efetivamente, que ele está se adequando, em
termos nacionais, ao processo de redução de gases de efeito estufa”, disse.
Os estudos também identificaram a necessidade de uma maior participação do setor
público no mercado de crédito de Carbono, com a elaboração de projetos de mecanismo
de desenvolvimento limpo. Um dos estudos funciona como um guia para orientar o
setor público a explorar essa área.
Fonte: Agência Brasil – Vitor Abdala