Falta de engenheiros qualificados preocupa a Indústria.
 Imprimir     Indicar para amigo
A falta de engenheiros qualificados preocupa o setor industrial. O déficit anual já está na casa dos 30 mil profissionais, segundo a Confederação Nacional da Indústria, número que preocupa empresários e especialistas na área de educação.

"O país tem de formar mais engenheiros urgentemente, sob pena de vir a pagar um preço muito alto mais à frente", afirma o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Vanderli Fava. Já o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique Cruz, é ainda mais categórico.

"Especialmente agora que o país está numa trajetória de crescimento econômico que parece sólida, é essencial que existam mais e melhores engenheiros, pois são eles que fazem as indústrias funcionarem", disse Cruz.

Ao participarem na terça-feira, 24, em São Paulo, de um evento realizado pela CNI para debater a formação dos engenheiros brasileiros, Fava e Cruz apontaram as carências dos ensinos fundamental e médio, a dificuldade de ingressar em uma faculdade pública ou de bancar os custos de uma instituição de ensino privada e o descolamento entre os currículos universitários e as necessidades das empresas como algumas das razões para a baixa procura pelos cursos de engenharia.

"Um engenheiro que esteja desempregado tem algum problema de formação porque nós inclusive já estamos recebendo engenheiros vindos de outros países para trabalhar aqui", disse Fava, mencionando que, num país como o Brasil, de 190 milhões de habitantes, a demanda anual por novos profissionais gira em torno dos 60 mil pessoas, enquanto hoje são formados apenas 32 mil ao ano. De acordo com estimativa divulgada pela CNI, até 2012, haverá ao menos 150 mil vagas não preenchidas por profissionais devidamente capacitados -- parte destes postos poderá ser destinada a pessoas com outras formações acadêmicas.

Fonte: Alex Rodrigues, Agência Brasil.