Biopneus poderão chegar ao mercado em cinco anos.
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Além de usar biocombustível, os motoristas logo poderão dirigir carros que utilizam
"biopneus", ou pneus verdes, menos ecologicamente danosos dos que os pneus atuais.
Nos biopneus, um dos principais ingredientes dos pneus tradicionais, derivado do
petróleo, é substituído por um composto derivado deplantas. Hoje, cada pneu fabricado
consome 26 litros de petróleo, e a cada ano são produzidos perto de um bilhão de pneus.
Biopneus
Como no caso do etanol brasileiro, a solução para a fabricação dos pneus verdes, a
partir de matérias-primas renováveis, pode vir da cana-de-açúcar, mas também do milho
e até de uma gramínea, a switchgrass, muito pesquisada nos Estados Unidos. O novo
processo usa os açúcares derivados da biomassa para produzir um composto químico
chamado isopreno, hoje um derivado do petróleo, um dos principais componentes do
pneu.
"Tem havido uma busca intensiva, há anos, por fontes alternativas de isopreno, em
particular a partir de recursos renováveis, como a biomassa," disse o Dr. Joseph
McAuliffe, que apresentou o novo processo durante a Conferência Anual da Sociedade
Química Americana, nos Estados Unidos.
"Um dos desafios técnicos tem sido o desenvolvimento de um processo eficiente para
converter os açúcares em isopreno. Nós resolvemos isto utilizando um processo de
fermentação baseado em uma cepa de bactérias geneticamente modificadas para
converter os carboidratos da biomassa em nosso bioisopreno," diz McAuliffe, que
trabalha para a Genencor, uma empresa de biotecnologia.
Bioisopreno
A empresa agora firmou um contrato com a Goodyear, uma das maiores fabricantes de
pneus do mundo, para levar o processo para escala industrial, integrando o processo de
fermentação, recuperação e purificação do bioisopreno.
O isopreno tem várias utilizações além da fabricação de pneus, de luvas cirúrgicas e
produtos de higiene feminina a adesivos de alta fusão e copolímeros de bloco. Sua
produção atinge quase um bilhão de toneladas anuais. "Este é um mercado enorme,"
disse McAuliffe. "O bioisopreno servirá como uma alternativa renovável e
economicamente competitiva ao isopreno. É o tipo de material que poderá abrir novos
mercados, por isso eu acredito os números de consumo atual do isopreno subirão muito
quando o isopreno renovável estiver disponível," prevê ele. O pesquisador afirma que o
isopreno derivado da biomassa poderá estar no mercado dentro de cinco anos,
viabilizando o início da produção dos pneus verdes.
Fonte: Site Inovação Tecnológica