Basf construirá fábrica para mercado de biodiesel.
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A companhia alemã Basf construirá uma nova fábrica de químicos no complexo
instalado em Guaratinguetá (SP). A unidade, cujo início de operações está previsto
para o segundo semestre de 2011, produzirá metilato de sódio, um catalisador
utilizado na produção de biodiesel.
A previsão da companhia é de que o faturamento anual da nova linha de produção alcance
US$ 70 milhões (cerca de 50 milhões de euros) a valores atuais, o equivalente a quase 3% da
receita da companhia no Brasil em 2008, que foi de aproximadamente 1,6 bilhão de euros.
De acordo com a direção da companhia, que decidiu não divulgar o valor do investimento, o
projeto será importante para viabilizar o crescimento do mercado de biodiesel em território
nacional, que ainda não possui uma fábrica de metilato de sódio. "O intervalo entre a
realização do pedido e o recebimento do produto pelo cliente leva 60 dias, se não houver
qualquer tipo de problema no transporte", destaca o diretor da Unidade de Negócios
Químicos Industriais da Basf para a América do Sul, Carlos Eggers. Com a construção da
fábrica, esse prazo pode cair para até três dias, segundo o executivo.
Metilato
A Basf é uma das principais fornecedoras de metilato de sódio no Brasil, com
participação entre 40% e 50% do volume total, de acordo com previsões da própria
companhia. Para atender esse mercado, que também é abastecido por empresas como
Evonik e DuPont, a companhia precisa importar o insumo da Alemanha, onde está
instalada a única fábrica global de metilato operada pela Basf.
Essa estrutura, no entanto, não condiz com a expectativa de aumento da demanda
doméstica por biodiesel. "A produção brasileira de biodiesel com a implantação do B5
deve subir para 2,4 bilhões de litros em 2010. Com isso o Brasil deve assumir a terceira
posição entre os maiores fabricantes de biodiesel do mundo", explica Eggers, referindose
à mistura de 5% de biodiesel no diesel. A nova formulação do insumo, chamada de
B5, passará a ser obrigatória a partir de janeiro de 2010. Com a nova mistura, a
produção do Brasil, que em 2008 foi de 1 bilhão de litros, superaria a francesa, de 1,8
bilhão de litros no ano passado.
O início da produção local de metilato de sódio também deve permitir aos fabricantes de
biodiesel reduzir o uso da soda cáustica, insumo alternativo ao metilato na função de
catalisador. "Atualmente 80% dos mercados internacional e brasileiro são abastecidos
com metilato de sódio. Além disso, todos os novos projetos devem utilizar o metilato,
que difere da soda por evitar a formação de água no processo de fabricação", afirma o
executivo. A companhia, segundo Eggers, já fechou contratos de compra de metanol e
soda para a produção do insumo.
Fonte: André Magnabosco, Agência Estado.