Presidente do Grupo Fiat na América Latina analisa mercado.
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Cledorvino Belini fez uma análise da indústria automotiva local e uma avaliação do
mercado internacional diante das atuais circunstâncias, durante participação no
fórum Tendência em Tecnologia e Engenharia da Mobilidade, no dia 25 de novembro,
em Belo Horizonte, promovido pela SAE Brasil na Casa de Cultura Fiat.
O executivo entende que o Brasil foi o primeiro país a sair da crise financeira
internacional e receberá um forte fluxo de recursos em investimentos no setor
automotivo. “O mercado local é muito atrativo e já representa o quinto maior do
mundo”, disse Belini.
A média diária de vendas de veículos, indicador que considera o mais expressivo
dos negócios no setor, foi de 14,7 mil unidades em setembro. Logo depois da
quebra do banco Lehman Brothers, o nível de 11,5 mil unidades diárias
comercializadas no país despencou para 8,3 mil, e sobrou um grande estoque de
veículos. Coube ao estímulo do governo, por meio da redução do IPI, desmanchar
o enorme encalhe.
Para o presidente do Grupo Fiat, o potencial de crescimento das vendas de veículos
no país é muito grande. Enquanto aqui há um carro para cada 7,4 habitantes, nos
Estados Unidos o índice é de 1,2; na Europa, de 1,6 a 1,8; na Argentina, de 4,8.
“Para chegarmos ao nível de densidade da Argentina precisamos colocar no
mercado 15 milhões de veículos. Para alcançar a Europa, 70 milhões”, calcula
Belini.
Um dos fatores mais importantes para o Brasil ganhar competitividade, segundo o
executivo, é alcançar maior escala de produção local. Hoje há apenas quatro
plataformas na região, que respondem pela montagem de mais de 200 mil veículos por
ano. Na Europa há 23 plataformas nessas condições; no Leste Europeu, 11; na Ásia 42;
e na América do Norte, 23.
Segundo Belini, a indústria automobilística local já alcançou a capacidade de
montar 4 milhões de veículos por ano. Há 25 fabricantes e outras 200 mil empresas
na cadeia produtiva e de serviços. O setor, que registra um faturamento de R$ 146
bilhões e paga R$ 40 bilhões em tributos, representa 23,3% do PIB industrial e
5,5% do PIB total.
O executivo avalia que o cenário internacional para a indústria automobilística
ainda traz grandes desafios. Este ano, o mercado mundial deverá absorver 54
milhões de veículos, contra 70 milhões de 2008. No próximo ano, as vendas devem
avançar para 60 milhões e só em 2012 somarão 75 milhões.
O excesso de capacidade de produção mundial em 2009 é da ordem de 33 milhões
de unidades. Em 2010, a sobra cairá para 26 milhões e em 2011, para 19 milhões.
A queda dos mercados foi diferente para cada região do planeta. A Rússia registra
uma queda de 51%; os Estados Unidos, 25%; a Alemanha, 26%; o Japão, 12%.
Poucos países saíram do vermelho, como o Brasil (7%) e a China (45%).
Com as mudanças na geografia global, os BRICs passam a representar 28% do
mercado automotivo global. Em 2001, o índice era de apenas 9,8%.
Fonte: Automotive Business