Honda continua não recomendando óleos sintéticos.
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Apesar das opiniões especializadas e na contramão da tendência de quase todas as
montadoras, que especificam óleos de baixa viscosidade, só fabricados com básicos
sintéticos, a Honda do Brasil mantém recomendação para o não uso de sintéticos,
apesar de indicar o grau de viscosidade SAE 10W-30 para seus véiculos.
A contradição da Honda parece que se dá somente no Brasil, uma vez que os manuais
americanos não fazem essa discriminação. A Honda dos Estados Unidos, para o modelo Civic
por exemplo, publica a seguinte recomendação:
“You may use a synthetic motor oil if it meets the same requirements given for
conventional motor oil: energy conserving, a service classification of SJ, and the proper
weight as shown on the chart.”
Ou seja, “Você pode usar óleo sintético se ele atender aos mesmos requisitos exigidos para o
óleo convencional: conservação de energia, classificação de serviço API SJ e o peso
(viscosidade) apropriado conforme descrito no gráfico.”
Os manuais brasileiros da Honda afirmam: “ATENÇÃO: A Honda não recomenda o uso de
lubrificantes sintéticos.”
Segundo os especialistas do mercado, não existe nenhuma sustentação técnica para essa
restrição, pois, muito pelo contrário, os óleos básicos sintéticos possuem melhor resistência à
oxidação e à perda por evaporação, além de produzirem lubrificantes com películas finas e
resistentes, adequadas ao processo de lubrificação.
No Brasil, os óleos básicos produzidos pelas refinarias da Petrobras são minerais enquadrados
na classificação API Grupo I e não conseguem atingir os níveis de desempenho exigidos para
óleos de mais baixa viscosidade que atendam às mais modernas classificações de serviço.
Quase todas as montadoras, no Brasil, utilizam para o óleo de primeiro enchimento o grau de
viscosidade SAE 5W-30, podendo haver opção para o SAE 10W-30. Ambos são óleos feitos
invariavelmente com básicos sintéticos ou, eventualmente, semissintéticos. Nesse caso, o
próprio óleo recomendado pela Honda pode não estar enquadrado no conceito de mineral.
Segundo o consultor técnico Pedro Nelson Belmiro, o importante não é a discussão sobre o que
é mineral ou sintético, e sim que o óleo atenda às especificações de desempenho e de
viscosidade adequadas ao veículo em questão. “Também não entendo a não recomendação de
óleos sintéticos pela Honda do Brasil, uma vez que não há suporte técnico ou mesmo teste
realizado que possa comprovar algum efeito maléfico de um óleo sintético que se enquadre
corretamente nas classificações recomendadas”, declarou Belmiro.
A Honda tem se limitado até agora a apenas confirmar as recomendações de seus manuais, mas
o mercado espera que haja alguma explicação mais técnica para o assunto, ou mesmo uma
atualização dos manuais.